Erudição, diálogo e instrução em «Noches claras» de Manuel de Faria e Sousa
DOI:
https://doi.org/10.13035/H.2015.03.02.13Resumen
Em Noches claras de Manuel de Faria e Sousa, por entre discursos e capítulos de diversos propósitos, vai tomando forma um intenso programa de divulgação cultural que põe à disposição do leitor, estimulando a sua curiosidade intelectual, temas de natureza social, religiosa e de filosofia moral. Ao combinar a forte dimensão didática da miscelânea, tal como esta foi cultivada no espaço peninsular ao longo dos séculos XVI e XVII, com as caraterísticas próprias do diálogo, o projeto ganhou densidade e abriu caminho a um tipo de apropriação mais deleitosa do que a mera consulta esporádica em busca de informação. A heterogeneidade temática e o lastro de erudição, resultante do amplo manejo de fontes culturais e religiosas antigas e modernas, aparecem agora enquadrados num âmbito mais coerente do ponto de vista compositivo, contornando assim os riscos de uma leitura fragmentada. Num outro plano, o tom autobiográfico que atravessa de modo transversal uma parte significativa da produção literária de Faria e Sousa permite-lhe aqui aproximar-se mais do modelo ensaístico, pois o autor emerge como instância que tem a faculdade de selecionar criteriosamente o material e de proceder à sua organização e exposição com base na sabedoria e na experiência de vida que eram apanágio do homem discreto.Descargas
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Publicado
2015-11-25
Número
Sección
Relaciones políticas y literarias en España y Portugal (Coordinadores: António Apolinário Lourenço y Jesús Mª Usunáriz)
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